sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A economia real vai fazer a diferença



Com a crise, começa uma nova fase da economia mundial, marcada pela busca frenética por competitividade. No Brasil, empresas e setores inteiros têm condições de vencer esse jogo

O executivo dinamarquês Joakim Thrane, presidente da filial brasileira da DHL Express, multinacional de logística, observou uma mudança no perfil de seus negócios nas últimas semanas. Vários clientes, de setores que vão do têxtil ao de carnes, começaram a solicitar mais os serviços da DHL para despachar amostras de produtos para o exterior. "São empresas que estão correndo atrás de novos contratos na América Latina, no Oriente Médio e mesmo na Europa e nos Estados Unidos", afirma Thrane. Desde a eclosão da atual crise - um evento que, como definiu o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, faz os eventos do final da década de 90 parecerem hoje um passeio na praia -, os esforços de vendas foram redobrados. E eles ocorrem na proporção inversa do ânimo dos consumidores para gastar. O caso mostra como a tormenta financeira global, com suas oscilações diárias de índices, já deixou o mundo das bolsas de valores e dos fundos de hedge e está se disseminando rapidamente pela economia real. Pode ser pela variação do câmbio. Ou como conseqüência da restrição do crédito e do aumento do custo do dinheiro. Ou ainda pela retração do consumo. A vida ficou mais dura, e qualquer ilusão de que a crise seria passageira já foi devidamente destruída pelos fatos. Agora, a hora é de se preparar para lidar com o inevitável. Haverá perda de vendas? Haverá perda de rendimentos? Haverá perda de empregos? Num plano amplo, a resposta - como já indicam dados recentes - é sim para as três perguntas. Mas o mundo vai acabar e nada mais resta a fazer? Obviamente, não. Mais que isso, há até como ganhar, ou pelo menos se posicionar para sair fortalecido quando a roda da economia mundial voltar a girar mais depressa. A crise acentua o processo natural de seleção que caracteriza o mundo dos negócios: só os mais competentes e competitivos sobrevivem. Mesmo os mais acostumados aos desafios devem redobrar seus esforços. Olhe para o que acontece na Vale, maior empresa privada brasileira e um símbolo do que o país conseguiu de mais vigoroso no mundo nos últimos anos. Depois de surfar o período da bonança global, a empresa e seu principal executivo, Roger Agnelli, são agora postos à prova.
É provável que sua batalha daqui para a frente não seja a do crescimento acelerado, mas a do aumento da competitividade frente aos concorrentes. Quando o mercado retrai, a realidade cruel é que uns têm de tirar dos outros. Para isso, Agnelli conta com as próprias estruturas da Vale, fortificadas após sua privatização, e com recursos naturais sem paralelo no mundo. A Vale é um exemplo natural por sua dimensão e sua importância para a economia brasileira. Mas é inegável que, hoje, o Brasil conta com setores inteiros com vantagens avassaladoras em relação à concorrência. É essa economia real - uma conjunção de produção, mercado, tecnologia, capacidade de trabalho e de gestão - que vai fazer a diferença daqui para a frente. É ela que poderá levar o país a um novo patamar no dia seguinte ao fim da crise. "O equilíbrio mundial entre Estados Unidos e China deve ser retomado com a continuidade do processo de absorção de milhões de pessoas no mercado, um fenômeno único nessa proporção na história da humanidade", diz o economista Samuel Pessoa, chefe do Centro de Crescimento Econômico da Fundação Getulio Vargas. "O crescimento vai voltar e, com as necessidades que o mundo tem, vem aí uma nova revolução verde. Nesse cenário, o Brasil será ganhador." É preciso lembrar que o novo quadro não poupa ninguém - todos os países e, por conseqüência, todas as empresas são em maior ou menor grau atingidos. Se o Brasil está sentindo o aperto do crédito - e está, de forma profunda -, o mesmo ocorre com praticamente todas as nações do mundo. A redução de encomendas de minério de ferro não alcança só a Vale mas também suas rivais BHP, Rio Tinto e Anglo American. Sob essas condições é que as vantagens comparativas do país e de cada empresa precisam, mais do que nunca, ser identificadas, valorizadas e utilizadas com competência. Para verificar como o Brasil é visto no exterior, EXAME realizou, ao longo do mês de setembro, uma pesquisa com executivos de 69 das maiores corporações globais, listadas pela revista americana Fortune 500. Seu objetivo era comparar o país com os outros componentes do chamado bloco do Bric - Rússia, Índia e China - e ainda com o México. O Brasil ficou na dianteira, pouco à frente da China. Das 16 questões apresentadas, o país obteve a melhor nota em dez, incluindo a última, na qual os executivos foram instados a dar uma média geral a cada país, considerando todos os aspectos abordados. Isso justifica a conclusão de um recente relatório do Bradesco enviado a clientes: "No dia seguinte à crise, o Brasil se habilita como um dos países com o mais diversificado leque de oportunidades de negócios com grande potencial de crescimento". Um quesito em que o Brasil está melhor que os competidores - e que não sofre nenhuma ameaça com a crise mundial - é o da disponibilidade de recursos naturais. Nesse ponto, vale notar também que o país começa a fazer melhor uso de seus dotes - e o mundo se dá conta disso. Um trabalho publicado recentemente pelo centro de estudos britânico Demos, de autoria da socióloga inglesa Kirsten Bound, destaca os avanços brasileiros no aproveitamento dos recursos naturais. A força inovadora nessa fronteira se expressa em setores como os da agricultura, dos biocombustíveis, da exploração petrolífera e da extração mineral - áreas que também são temas de reportagens especiais de EXAME nas páginas a seguir. A criação de um mercado de carros com motor flex e a utilização de uma matriz de energia com 45% de fontes renováveis chamaram a atenção da pesquisadora. Mas seu estudo identifica também como fatos importantes, ainda pouco conhecidos na Europa, avanços brasileiros em frentes de pesquisa como a do software livre e da genética. Kirsten Bound ressalta a crescente concentração de conhecimento e de pessoal qualificado em empresas como Embrapa, Natura, Gerdau, Petrobras e Vale. "O caminho que o Brasil está seguindo desfaz o conceito comum de que economias fundamentadas no conhecimento ocupam um extremo oposto ao das que são fortes em recursos naturais", diz ela. O caso brasileiro desafia essa visão linear porque oferece uma trajetória alternativa em que a capacidade científica e tecnológica não está separada, por oposição, dos recursos naturais, e sim ligada a eles. É um modelo no qual a pesquisadora alinha também Austrália, Canadá e Finlândia - países com os quais propõe que o Brasil deveria ampliar a parceria e a troca de boas práticas. No agronegócio, a posição que o Brasil já alcançou, com aumentos extraordinários de produtividade no campo, tende a se destacar. Primeiro, porque um mercado mundial de 6 bilhões de pessoas - boa parte delas em países em desenvolvimento - não vai simplesmente evaporar, embora deva reduzir temporariamente o consumo. Depois, porque, mais uma vez, em tempos de crise a competitividade tende a prevalecer. Nos próximos dez anos, segundo a consultoria Agroconsult, os agricultores brasileiros praticamente duplicarão a produção de soja e de milho. No caso da soja, o Brasil deve alcançar 108 milhões de toneladas - quase tanto quanto a produção atual de todos os grãos - e desbancar os Estados Unidos da liderança. "A China vai importar quantidades crescentes e só o Brasil tem condições de atender o maior consumo de grãos e de carnes, porque nossos concorrentes, americanos e argentinos, têm limitações físicas para a expansão", diz Douglas Nakazone, economista da Agroconsult. O governo tem responsabilidade fundamental na travessia da fase atual e na definição do que será o futuro. As empresas e os cidadãos têm seus limites de atuação determinados também pelas decisões tomadas pelos governantes. Arcar com uma carga tributária da ordem de 37% do PIB é um dado da realidade brasileira. Enfrentar as condições das estradas e dos portos na hora de fazer circular as mercadorias é outro. Ambos tiram boa parte da competitividade que empresas dos mais diferentes setores conseguem obter com sua eficiência do lado de dentro de seus portões. Mais do que nunca, não é hora de lamentar essas lacunas, acumuladas em décadas de decisões erradas ou falta de decisão. Nem de chorar pelo que deveria ter sido o aproveitamento dos bons ventos internacionais dos últimos cinco anos. É urgente atacar os problemas. O país precisa, além dos pacotes imediatos de recuperação da liquidez - como a liberação pelo Banco Central de mais de 100 bilhões de reais retidos em depósitos compulsórios dos bancos - e de prevenção contra uma crise sistêmica, retomar uma agenda de reformas que ficou pelo meio do caminho. Algumas dessas, como a tributária, estão paradas no Congresso e basta vontade política para reimpulsioná-las. Em outros casos, como o de reduzir a infernal burocracia que atravanca o empreendedorismo e os negócios em geral, bastam decisões administrativas, ao alcance dos governantes de plantão. "O Brasil tem uma das economias mais diversificadas entre os emergentes, com estabilidade econômica e um forte apoio público ao presidente da República, o que deveria servir de plataforma sólida para adotar as reformas necessárias", diz Suzanne Rosselet, professora da escola de gestão IMD, da Suíça, e co-autora do ranking anual de competitividade elaborado pela instituição, contando com a parceria local da Fundação Dom Cabral. No ranking deste ano, em relação ao anterior, o Brasil melhorou da 49a para a 43a posição entre os 55 países analisados. Para subir mais na classificação, de acordo com Suzanne, entre os problemas a ser enfrentados pelo país estão a ineficiência das instituições públicas, a corrupção, a dificuldade de empresas nascentes de obter capital (o que pode piorar com a crise de liquidez) e a baixa qualidade do sistema educacional. Os executivos globais que responderam à pesquisa de EXAME apontaram como pontos em que o Brasil está atrás dos competidores também a burocracia e a deficiência na infra-estrutura de transportes. Nada que os brasileiros não saibam. Em tempo de crise, é hora de começar a fazer as lições que o mundo real exige - até para melhor aproveitar o que o Brasil tem de melhor.


Por José Roberto Caetano Revista EXAME,

Lula pede a Obama medidas imediatas para conter crise global

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira que o líder eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tome medidas imediatas para conter a crise financeira internacional.
"Quem tem mais responsabilidade para resolver essa crise é o presidente eleito dos EUA", disse Lula na cidade de Foz do Iguaçu (PR) durante um encontro com governadores e prefeitos de países do Mercosul.
"Obviamente ele terá que tomar medidas, até no grupo de transição, para resolver essa crise que não pode durar muito tempo" afirmou.
Durante a campanha eleitoral dos EUA, Lula já havia manifestado seu aberto apoio à eleição de Obama.
No discurso, Lula advertiu, no entanto, que os demais países não podem ficar esperando pelas medidas de Washington e devem adotar suas próprias ações de maneira conjunta, pois no caso da América Latina, "não há saída individual" levando em conta o cenário atual.
Segundo o presidente, para os países do Mercosul, como no futebol, "a melhor defesa é o ataque", por isso que se deve ampliar o comércio dentro da região para superar uma crise cuja magnitude ainda se desconhece.
Lula voltou a defender sua tese de que os brasileiros devem seguir gastando para manter a economia em movimento.
Para o presidente, quando o pânico se instala na cabeça do povo, "o cidadão fica com medo de comprar e isso é muito delicado porque aí sim que a crise chega de verdade", pois cessam consumo, comércio e a produção nas fábricas.
A exemplo de outros discursos, Lula reiterou que o Brasil não será alcançado pela crise financeira global.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u465315.shtml, publicado em 07/11/2008 às 14:00h.

Paradigmas da Administração: Ética e Responsabilidade Social

Nas organizações de de hoje - sejam elas públicas, privadas ou mesmo do terceiro setor - a discussão sobre a ética e a responsabilidade social deixou de ser um debate apenas filosófico e ganhou a relevância que merece. A ética empresarial é a disciplina que avalia o comportamento das pessoas e julga este comportamento como adequado ou não, possibilitando a aprovação ou reprovação diante de toda a comunidade, colaboradores, acionistas e demais interessados nas ações de uma organização. Estabelece também a conduta apropriada e as forma de promovê-la de acordo com determinadas concepções vigentes de alguns grupos sociais específicos ou da sociedade em geral.
São exemplos de questões éticas nas organizações, ética organizacional:


- É correto empresas empresas privadas apoiarem campanhas eleitorais?
- Até que ponto é lícito influenciar as decisões de governos para favorecer algum grupo ou segmento empresarial da sociedade?
- É aceitável que exista uma grande diferença salarial entre altos executivos e funcionários operacionais?
- É correto obter altos lucro e incentivar a venda de produtos que notoriamente ofereçam riscos à saúde dos consumidores?
- Qual a dimensão da responsabilidade de uma organização em relação à comunidade?
- As empresas podem investigar o correio eletrônico de seus funcionários?
- Qual a participação que os funcionários devem ter em decisões que impactem na sua jornada de trabalho, demissões em massa, desativação de operações, etc?
- É certo demitir funcionários em nome de eficiência e economia de recursos?


As implicações destas questões impactam no ambiente interno e externo da empresa e têm levado diversas organizações a efetivamente discutir sobre o seu papel diante da sociedade - garantindo sustentabilidade - e como pode contribuir com a qualidade de vida da população em geral. Hoje, a discussão sobre responsabilidade social tem proporcionado às organizações uma mudança de conduta, anteriormente orientada para as obrigações unicamente com os acionistas e distante dos problemas sociais. Agora a organização busca criar um sistema de valores que se orienta para o benefício dos “clientes” - que hoje possui um novo significado: já não é mais só aquela “entidade” externa que apenas troca o seu dinheiro por produtos e serviços que a organização torna disponíveis; mas passou a ter uma dimensão mais interna, e abrange também todos os envolvidos no processo como chefes, subordinados, colegas de trabalho e fornecedores.
Entre as ações de sobrevivência e manutenção do mercado de qualquer organização estão aquelas relacionadas ao marketing e a propaganda. O marketing é uma atividade saudável em termos éticos na medida em que o seu objetivo seja encontrar e apresentar formas de satisfazer as necessidades e os desejos das pessoas. A partir do momento em que a propaganda se transforma em um mecanismo de sedução do consumidor baseado em informações enganosas ou com foco em atitudes também enganosas - que visem, por exemplo, reduzir a quantidade do produto empacotado, mantendo as mesmas características da embalagem -, já se pode pressupor que o código de ética entre empresa e consumidor foi quebrado.
Uma das maiores questões contemporâneas é saber entender como ética e responsabilidade social podem coexistir com princípios organizacionais.
A responsabilidade social tem a base na cadeia de negócios da empresa e engloba preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente), cuja demanda e necessidade a empresa deve buscar entender e incorporar em seus negócios. Assim, a responsabilidade social trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz. Já a ética é base da responsabilidade social e se expressa através dos princípios e valores adotados pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nos negócios. Não adianta uma empresa, de um lado pagar mal seus funcionários, pagar propinas a fiscais do governo e, por outro, desenvolver programas junto a entidades sociais da comunidade. Essa postura não condiz com uma empresa que quer seguir um caminho de responsabilidade social. É importante seguir uma linha de coerência entre ação e discurso.


Fonte: http://minhagestao.com/artigos/paradigmas-da-administracao-etica-e-responsabilidade-social/, acessado em 06/11/2008 às 09:17
Este artigo foi publicado no dia 31/10/2008, Por Raphael Roale.

Histórico da Empresa Norsa - Coca - Cola

A Norsa é uma empresa de bebidas que foi fundada no ano de 1998, através da união dos franqueados Coca-Cola dos Estados da Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, e é justamente essa diversidade cultural que faz a empresa forte e competitiva.
Por franqueados, entende-se o grupo de empresas que detém o poder cedido pelo franqueador, neste caso a Coca Cola Company, de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva, ou semi-exclusiva dos produtos e / ou serviços.
No mercado há dez anos, hoje lidera absolutamente mercado de refrigerantes em sua área geográfica de atuação que corresponde à 10% do território brasileiro.
Ocupa hoje, posição entre as 300 maiores empresas do país, possuindo cinco fábricas, Macaranaú (CE), Simões Filho (BA), Vitória da Conquista (BA), Macaíba (RN) e Teresina (PI), onze centros de distribuição, localizados nos quatro estados onde atua (BA, CE, PI, RN) e um contingente de mais de três mil funcionários. A empresa produz, vende e distribui os produtos não só da Coca Cola, como também comercializa e distribui os produtos da Cervejaria FEMSA (cervejas das linhas Bavaria e Kaiser) em cerca de 150 mil pontos de venda espalhados pela área geográfica que ocupa.
A empresa vem atingindo resultados extremamente positivos nos últimos anos. Em 2003, a participação de mercado dos refrigerantes da Coca Cola era de 43% em média. Hoje, a Norsa já possui 57,4% do mercado e seu faturamento cresceu de R$ 507,2 milhões em 2002 para cerca de R$ 1,1 bilhão em 2007.
Segundo pesquisas do Instituto Nielsen, os produtos que fazem parte do portifólio da Norsa, tiveram 57,4% de marketshare (fatia do mercado de consumo de produtos do mesmo gênero aos distribuídos pela NORSA) na Bahia no mês de março de 2008, contra 50,9% registrados no mês de fevereiro, gerando assim uma alta de 6,5% em apenas um mês. O produto que sempre alcança o melhor desempenho é a Coca Cola.
Impulsionada pelo bom desempenho de vendas e aumento da demanda por seus produtos a Norsa / Coca Cola iniciou pela Bahia os investimentos para o ano de 2008. A Bahia é considerada por eles o maior mercado dentre o seu poder de atuação, havendo um crescimento nos últimos dois anos de 23% na demanda por produtos, havendo ainda muito espaço para expandir o mercado.
Vários investimentos em melhorias serão feitos, sobretudo em ações de mercado e melhoria na área industrial das duas fábricas (Simões Filho e Vitória da Conquista). O subsídio ultrapassa R$ 13 milhões e a expectativa é de alcançar um crescimento de vendas acima de 10% ao mês.
Em maio deste ano, iniciou-se uma nova linha de produção fabril da unidade de Vitória da Conquista. Esta nova unidade ficou responsável pelo envasamento dos produtos em embalagens PET (plásticas), essa nova linha fabril, deverá até o final do ano de 2008 triplicar o volume produtivo da unidade que passará não só a produzir embalagens retornáveis em vidro, como também as descartáveis (PET). Essa ampliação teve um custo total de R$ 8 milhões e deve gerar 75 novos empregos ainda até o final deste ano. Além de todos os benéficos já citados, a vinda desta nova operação ainda vai melhorar a logística dos produtos para outras áreas mais distantes da capital que anteriormente eram abastecidas por produtos vindos de outra unidade.
Investimentos destinados aos clientes também vêm sendo feitos, a exemplo da aquisição de geladeiras adesivadas com a marca da Coca Cola, que são uma ferramenta bastante eficaz para a exposição da marca e por isso acabam estimulando ainda mais o consumo dos produtos. O objetivo de intensificar a presença dos produtos nos pontos de venda.
No que diz respeito à qualificação e especialização da mão de obra utilizada, a Norsa adota um novo modelo de gestão compartilhada com foco nos resultados e na qualidade de vida dos colaboradores, onde se cria um ambiente motivador para os mesmos fazendo com que eles vivenciem o negócio e cresçam junto com a empresa.
A gestão compartilhada é um modelo pelo qual cada parceiro mantêm sua identidade institucional e programática dirigindo pessoas, esforços e recursos para fins comuns e integrados, evitando ações isoladas, paralelismo e sobreposições.
Este é o modelo que vem sendo adotado por importantes empresas no mundo inteiro, sempre trazendo excelentes resultados.
A Norsa aposta ainda no objetivo de capacitar e desenvolver seus colaboradores através da UNINORSA – Universidade Corporativa. Desde que foram iniciadas suas atividades, diversos cursos já foram ministrados aos funcionários, tais como : Técnicas de Vendas, Finanças no Varejo, Integração Comercial, entre outros. Os executivos da empresa acreditam que o desenvolvimento pessoal valoriza os profissionais.Por todos esses fatores já expostos, é que a Norsa é hoje a empresa do Norte Nordeste com maior rentabilidade, ou seja, com maior retorno do investimento sobre o patrimônio, e, no âmbito nacional, ocupa hoje a oitava posição no ranking de acordo com a edição 2008 da Revista Exame Melhores e Maiores.


Por: Cristiano Miranda, Fernanda Chagas, Idelmar Marinho, Magali Dias, Rafael Luz e Vinícius Ferreira.
Fonte:
www.diariodonordeste.globo.com, acessado em 1/10/2008 às 13:17.
www.revistaexame.com.br, acessado em 1/10/2008 às 15:51.
www.norsa.com.br, acessado em 25/09/2008 às 09:27.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cidades Globais

Conceituemos primeiro, o que vem a ser uma cidade:
Uma cidade é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outras entidades urbanas através de vários critérios que incluem população, densidade populacional ou estatuto legal, nenhum destes critérios isolados, são suficientes para tornar um lugar uma cidade. A população de uma cidade varia entre as poucas centenas de habitantes até a dezena de milhão deles. As cidades são as áreas mais densamente povoadas do mundo. São Paulo, uma das cidades mais populosas do mundo, com cerca de 10,9 milhões de habitantes, possui uma densidade populacional de aproximadamente 7,15 mil habitantes por quilômetro quadrado. Enquanto isso, o Brasil, país onde a cidade está localizada, possui apenas 20 hab/km².
A palavra "cidade" é geralmente utilizada para designar uma dada entidade político-administrativa urbanizada. Em muitos casos, porém, a palavra "cidade" é também usada para descrever uma área de urbanização contígua que pode abranger diversas entidades administrativas. A exemplo disso, temos Londres que possui apenas cerca de 8,6 mil habitantes. Porém, quando alguém se refere à cidade de Londres, está geralmente referindo-se à sua região metropolitana, isto é, à sua área urbanizada, que possui aproximadamente 7,4 milhões de habitantes.
Pode-se dizer, que uma cidade consiste no agrupamento de áreas que possuem variados tipos de funções, como as residenciais, comerciais e industriais, assim como, as zonas mistas. Geralmente, grande parte das cidades é ocupada pelas zonas residenciais. Antigamente, rios e lagos eram as únicas áreas não desenvolvidas de uma cidade, contudo, com o crescimento das visões acerca do desenvolvimento sustentável e da ecologia urbana, uma série de empreendimentos recentes vêm se apropriando urbanisticamente destas regiões, como forma de expandir seus negócios.
Atualmente, as grandes cidades são muito maiores e mais populosas do que em tempos passados. A maioria das grandes cidades possui um
centro financeiro, onde encontram-se as instituições financeiras, sedes de grandes companhias e onde estão localizados os shopping centers.. Pessoas de todas as partes da cidade, e até mesmo de cidades vizinhas, vão ao centro financeiro trabalhar diariamente.
No Brasil, as cidades são administradas pelas Prefeituras Municipais, que é responsável pelo planejamento e organização das cidades. Geralmente, as prefeituras encarregam-se da administração do sistema de transporte público, educação, saúde, defesa e proteção dos habitantes da cidade.
As diversas regiões da cidade, também devem ser monitoradas, buscando por áreas e estruturas com problemas, para que estes sejam sanados, como o aprimoramento de serviços de transporte público. É também de responsabilidade da prefeitura, pressionar os governos federais e estaduais por verbas para a melhoria das condições de vida de seu município.


Tendo em vista essa definição, veremos agora que viriam a ser as Cidades Globais.

As cidades globais são cidades que possuem influência sobre as demais cidades do mundo. Normalmente, são sedes de grandes organizações, centros financeiros, conferências internacionais, entre outros. O que caracteriza uma cidade global, não é o seu número de habitantes, mas sim uma gama de características em conjunto. Sendo assim, existem grandes centros urbanos que abrigam milhões de pessoas e não se destacam com essa condição, há também aquelas de pequeno porte e que mesmo assim, possuem enorme importância no cenário mundial.
Como dito anteriormente, para ser classificada como cidade global, algumas características devem ser atendidas. São elas:
- Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França.
- Influência e ativa participação em eventos internacionais. Por exemplo, a cidade de Nova Iorque sedia a ONU, e em Bruxelas se encontra a sede da OTAN e da União Européia.
- Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários milhões de habitantes.
- Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias linhas aéreas internacionais.
- Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas, rodovias e transporte público.
- Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais.
- Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial.
- Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte.
- Infra-estrutura avançada de comunicações.
- Presença de grandes instituições de artes como museus.
- Grande influência econômica no mundo.


Todas as cidades globais não se encontram em um mesmo nível de influência. Hoje são consideradas cidades globais 55 centros urbanos dispersos pelo mundo. A Europa é o continente que possui maior quantidade de cidades (22) com tal característica.
O orgão que definiu e categorizou as cidades globais foi a GaWC, Globalization and World Studies Group & Network. Essa categorização, baseou-se em sua provisão dos chamados serviços avançados de produção, tais como finanças, firmas de advocacia e publicidade.
A GaWC categorizou estas cidades globais em três diferentes níveis, estes variando de acordo com a importância relativa da cidade em questão. Cada nível contém dois ou três subníveis. A pesquisa também categorizou outras cidades em um quarto nível, que possuem potencial em se tornarem cidades globais no futuro.
As cidades mais influentes do mundo foram categorizadas em três diferentes classes: Alfa, Beta e Gama. Estas, por sua vez estão divididas em subníveis dentro de suas classes, baseadas no número de pontos dado a estas cidades pela pesquisa da GaWC. Estes pontos são dados, de acordo com as características anteriormente citadas que devem estar presentes para que a cidade seja considerada global. A cidade brasileira mais bem colocada é a cidade de São Paulo que se apresenta na posição de Cidade Global Beta, como veremos abaixo.
Cidades Globais Alfa:
12 pontos: Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio
11 pontos: nenhuma
10 pontos: Chicago, Frankfurt, Hong Kong, Los Angeles, Milão, Cidade de Cingapura

Cidades Globais Beta:
9 pontos:
São Francisco, Sydney, Toronto, Zurique
8 pontos: Bruxelas, Cidade do México, Madri, São Paulo
7 pontos: Moscou, Seul

Cidades Globais Gama:
6 pontos:
Amsterdã, Boston, Caracas, Dallas, Düsseldorf, Genebra, Houston, Jacarta, Johanesburgo, Melbourne, Osaka, Praga, Santiago, Taipei, Washington, D.C.
5 pontos: Bangcoc, Pequim, Montreal, Roma, Estocolmo, Varsóvia
4 pontos: Atlanta, Barcelona, Berlim, Budapeste, Buenos Aires, Copenhagen, Hamburgo, Istambul, Kuala Lumpur, Manila, Miami, Minneapolis, Munique, Xangai

Temos ainda a categorização de cidades que possuem alguma evidência de que algum dia poderá vir a tornar-se global. São elas:
Evidência de formação de uma cidade global
Forte evidência

3 pontos: Atenas, Auckland, Dublin, Helsinque, Luxemburgo, Lion, Mumbai, Nova Délhi, Philadelphia, Rio de Janeiro, Tel Aviv, Viena

Alguma evidência
2 pontos:
Abu Dhabi, Almaty, Birmingham (RU), Bogotá, Bratislava, Brisbane, Bucareste, Cairo, Cleveland, Colônia, Detroit, Dubai, Ho Chi Minh, Kiev, Lima, Lisboa, Manchester, Montevideo, Oslo, Riade, Rotterdã, Seattle, Stuttgart, A Haia, Vancouver

Evidência mínima
1 ponto
: Adelaide, Antuérpia, Aarhus, Baltimore, Bangalore, Bologna, Brasília, Calgary, Cidade do Cabo, Colombo, Columbus, Dresden, Edinburgh, Gênova, Glasgow, Gothenburg, Guangzhou, Hanoi, Kansas City, Leeds, Lille, Marselha, Richmond, São Petersburgo, Tashkent, Teerã, Tijuana, Turim, Utrecht, Wellington.

A seguir podemos ainda verificar as demais classificações feitas pela GaWC na categorização das cidades globais:
Principais cidades globais
Contribuição muito grande:
Londres e Nova Iorque.
Menor contribuição: Los Angeles, Paris e São Francisco.
Cidades globais incipientes: Amsterdã, Boston, Madrid, Milão, Moscou, Toronto.

Cidades globais de nicho - contribuição especializada
Econômica:
Hong Kong, Cingapura e Tóquio.
Política e social: Bruxelas, Genebra e Washington, DC.

“Esqueça os países. O poder está com as cidades. Uma nova geografia impera no planeta. Agora são as principais metrópoles que se firmam como os grandes centros de decisão e articulação do sistema capitalista” (Revista Época 29.11.2007)
Uma cidade global é um grande centro bancário, comercial, financeiro, político e industrial. O termo "cidade global" - que não deve ser confundida com megacidade - foi inventado pela socióloga Saskia Sassen em um seminário em 1991. Enquanto que a expressão "megacidade" refere-se a uma grande cidade ou área urbana, uma cidade global possui grande influência a nível regional, nacional e internacional. As cidades globais, segundo Sassen, possuem mais características semelhantes entre si do que com outras cidades do mesmo país. ou seja cidades globais (ou cidades de classe mundial são cidades que possuem um razoável grau de Influência em nível mundial, caracterizado pelos seguintes aspectos:
Centro de comando: cidades onde estão os principais centros de comando de corporações globais, de bancos, de empresas de publicidades, de bolsas de valores.
Fluxo aéreo, mapeamento do fluxo de passageiros transportados com representatividade dos aeroportos.
Familiaridade internacional com influência e ativa participação em eventos internacionais.
Grande população onde a cidade é um centro metropolitano composto de sistema avançado e eficiente de transportes, sedes de companhias e multinacionais, infra-estrutura avançada de comunicação e instituições de artes.Contudo, o principal objetivo de toda uma estrutura é a busca por um fortalecimento político-econômico, uma posição privilegiada no topo do mundo, um poder de decisão exercendo seu comando em nível global, disseminação da cultura e da língua, a busca pelo barateamento do processo produtivo e possibilidades de agregar suas tecnologias e culturas aos seus produtos / serviços com intuito de determinar características próprias, para conseqüentemente um maior poder de concentração de riquezas e um perfil de reconhecimento mundial de seus respectivos produtos / serviços, oferecendo possibilidades de livre comércio no sentido de priorizar a saída de produtos / serviços e entradas de capitais, a associação de seu nome ao patamar de padrões de desenvolvimento sustentável oferecendo as necessidades básicas, mercado interno competitivo, oportunidades sociais dentro dos níveis de sua e o recurso do potencial humano.

Por: Cristiano Miranda, Fernanda Chagas, Idelmar Marinho, Magali Dias, Rafael Luz e Vinicius Ferreira, Trabalho apresentado à disciplina Humanidades II como requisito parcial de avaliação, sob orientação da professora Ariadna.

Empresa Multinacional e Empresa Global.


Existe alguma confusão entre o conceito de empresa multinacional e empresa global ou globalizada. As duas coisas não são sinônimas e podem ter sistemas de operação muito diferentes.
Empresa multinacional é aquela que atua em vários países através de suas filiais. Normalmente nasce de uma empresa nacional com características bem definidas em função de seu país de origem e da comunidade onde primeiro se estabeleceu. Seus processos de produção e sues métodos de gerenciamento, seu estilo de comando, já estão muito bem definidos quando a empresa decide implantar uma filial em outro país. O objetivo quase sempre é a conquista de novos mercados. A filial será uma cópia exata da matriz em todos os detalhes. Qualquer adaptação só é feita em último caso. O nome da empresa, seu logotipo, a nacionalidade, as marcas de fantasia e as embalagens, não são apenas conservadas, mas exaltadas pela propaganda comercial, sempre que possível. A empresa filial procura estreitar ao máximo os laços de seus funcionários locais com a língua e os costumes da matriz. A empresa global é aquela que tem sua produção decentralizada e espalhada por vários países. Pode surgir de uma empresa nacional, mas também pode já nascer como empresa global, ou seja, produz mercadorias num país somente para vender em outros. Não costuma estabelecer vínculos fortes com qualquer comunidade em especial. Seus processos de produção são adaptados de modo a se aproveitar da disponibilidade de tecnologia e mão-de-obra, à medida que a empresa se estabelece. Seus métodos gerenciais são flexíveis e se amoldam as diversas culturas com que entra em contato. Sua cadeia de comando se baseia na tecnologia de informação e nas telecomunicações. A empresa global procura mercados na mesma medida em que busca oportunidades de negócios e mão-de-obra barata. Ela pode ter todo um sistema de produção instalado em um país para cuja população não venda nada. E pode ter seu maior mercado onde não tem nenhuma fábrica. A empresa global procura cultivar uma grife, que tenta desassociar de qualquer cultura nacional específica. A grife é valorizada por associação com conceitos universais como pessoas especiais (esportistas, artistas, indivíduos de destaque da mídia, etc.) e lugares famosos. É claro que existem empresas multinacionais que se tornaram globais. Mas é muito difícil que uma empresa global procure se identificar com um determinado país. Isso é fundamental para se compreender o porque a empresa global sempre apoiar organismos supranacionais como a União Européia, a ALCA, etc. Enquanto isso procura reduzir ao máximo a influência dos estados nacionais na economia mundial. A empresa multinacional é típica da economia da era do capitalismo industrial. A empresa global é produto da economia e da cultura informacional. Muitas empresas ainda estão em processo de transição de um modelo para o outro e isso gera tensões e conflitos internos. Na prática, o executivo da multinacional se sente inseguro com a perda da identidade nacional de sua matriz, e teme que a operação da empresa entre em colapso com a descentralização excessiva. A necessidade de negociar com parceiros de culturas muito diferentes é seu maior desafio. Em relação as sociedades com as quais interagem, os dois tipos de empresas tem impactos muito diferentes sobre a economia e a cultura local.


Por Lauro Monteclaro 10/06/2004 às 14:09, disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/06/282690.shtml

segunda-feira, 3 de novembro de 2008







A nova cara da empresa global

A indiana Indra Nooyi personifica a reação das grandes multinacionais à mudança do centro de poder mundial. Para ganhar espaço nos mercados que mais crescem no mundo, essas companhias precisam entender a dinâmica de países emergentes, como Brasil e Índia



Por Cristiane Mano, de Nova York
EXAME
Uma porção de batatas fritas. Uma lata de refrigerante. Quantos produtos além desses identificam de maneira tão simples e imediata o estilo de vida americano que se espalhou pelo mundo ao longo do último século? Sob esse aspecto, a Pepsico, dona de marcas como Ruffles e Pepsi, representa uma espécie de quintessência dos hábitos do país. Assim como na esmagadora maioria de outras corporações gigantes baseadas nos Estados Unidos, o perfil dos executivos que estiveram à frente da companhia até pouco tempo atrás segue uma linhagem tão americana quanto seus produtos mais conhecidos. Homem, branco, nascido e criado no país. A descrição se encaixa em cada um dos quatro primeiros executivos que presidiram a Pepsico desde sua formação, em 1965, da fusão da fabricante de salgadinhos Frito Lay com a empresa de bebidas Pepsi-Cola. Aos 86 anos, Donald Kendall, o primeiro desses presidentes, ainda circula todos os dias pelos corredores do escritório da sede da Pepsico em Purchase, um vilarejo a cerca de 30 minutos do centro de Manhattan. Kendall, um dos idealizadores do negócio que deu origem à Pepsico, ocupa uma das maiores salas do 3o andar de um dos seis prédios que compõem o complexo da sede da companhia. É preciso caminhar um pouco mais pelo corredor para encontrar a ampla sala em que trabalha a única exceção nessa linhagem sucessória da Pepsico — a indiana Indra Nooyi. Em outubro de 2006, ela se tornou a primeira mulher e — mais importante — a primeira executiva nascida fora dos Estados Unidos a comandar a empresa, uma potência com vendas de 39 bilhões de dólares no ano passado, operações em 200 países e valor de mercado de mais de 100 bilhões de dólares.
Aos 52 anos, Indra é, de vários ângulos, uma exceção não apenas na casta de presidentes da Pepsico como também no universo empresarial americano. O motivo mais óbvio está em sua origem. Filha de um contador e de uma dona-de-casa, ela nasceu e cresceu em Chennai (antiga Madras), na Índia. Graduada em química, com especialização em administração pelo Indian Institute Management, mudou-se para os Estados Unidos em 1978 para cursar MBA em Yale. Indra hoje compõe o restrito time de 15 executivos à frente de uma das 100 maiores empresas americanas que não nasceram nos Estados Unidos. Entre eles estão o australiano Andrew Liveris, presidente da Dow Chemical, e o também indiano Vikram Pandit, presidente do Citigroup nomeado em dezembro de 2007. Carismática e informal, ela desenvolveu um estilo de liderança peculiar. Casada e mãe de duas adolescentes, costuma organizar jantares em sua casa para receber os executivos da empresa (com seus cônjuges). Nas festas da Pepsico assume o comando do karaokê e solta a voz — o repertório vai de músicas caribenhas a clássicos do rock. “Nunca imaginei chegar até aqui”, disse ela a EXAME, num inglês ainda marcado pelo sotaque indiano.
Indra não se destaca simplesmente por ser uma espécie de antípoda de seus antecessores — e da maior parte dos executivos de grandes empresas. Ela vem se tornando a própria personificação de um fenômeno novo: a transferência de poder econômico dos tradicionais centros mundiais para países emergentes. Há poucas semanas, Indra fez circular entre os executivos da Pepsico o livro The Post-American World (algo como “O mundo pós-americano”), de seu amigo e jornalista indiano Fareed Zakaria, colaborador da revista Newsweek. O livro discute, nas próprias palavras de Zakaria, “a ascensão do resto do mundo”. (O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos Barack Obama foi fotografado em maio com uma cópia do livro.) A distribuição de The Post-American World não é uma provocação, mas um alerta: a inércia pode matar as empresas que não entenderem essa nova ordem mundial. “Indra está redefinindo o que uma empresa global deve ser”, diz o indiano Vijay Govindarajan, professor de negócios internacionais da Universidade de Tuck e diretor do centro de liderança global da universidade. Nos últimos dois anos, ela foi considerada pela revista americana Fortune a executiva mais poderosa do mundo. Foi também apontada como uma das 100 personalidades mais influentes da atualidade pela semanal Time (a executiva aparece na 78a posição, à frente de gente como Steve Jobs, fundador da Apple, e Jeff Immelt, presidente mundial da GE). Listas desse tipo não querem dizer muita coisa. Outras mulheres de negócios entraram e saíram delas — e a saída quase sempre tem a ver com tropeços memoráveis em suas trajetórias. O importante, no caso de Indra, é menos sua biografia até aqui e mais suas idéias para o futuro.
Indra NooyiPresidente mundial da Pepsico
Idade52 anos
OrigemChennai (antiga Madras), Índia
Formação acadêmicaGraduou-se em química e cursou especialização em administração na Índia. Em 1978, ingressou numa turma de MBA em Yale, nos Estados Unidos
Trajetória profissionalPassou pelo Boston Consulting Group, pela Motorola e pela ABB. Há 14 anos na Pepsico, era a principal executiva de finanças antes de se tornar presidente, no final de 2006
Um dos principais motivos pelos quais ela se tornou uma celebridade no mundo dos negócios é o sucesso com que vem conduzindo os planos de expansão global da Pepsico. Assim que assumiu o comando da empresa, Indra começou a redesenhar a maneira como as decisões estratégicas são tomadas — incluindo cada vez mais executivos ao redor do mundo (veja quadro acima). Ela também passou a incentivar a criação e aquisição de marcas locais e o intercâmbio de informações entre todas as suas operações globais. Com essas medidas, em apenas dois anos a Pepsico mudou a composição de seu faturamento — e a participação das subsidiárias nas vendas aumentou 10 pontos percentuais (veja quadro na pág. 23). Num momento em que empresas brasileiras começam a trilhar o caminho da globalização, olhar o que Indra vem fazendo na Pepsico pode ser didático. Para as companhias nacionais que pretendem ficar por aqui, seus movimentos servem de alerta. Cada vez mais multinacionais como a Pepsico se voltarão para o lado do mundo que cresce com mais velocidade — e isso, claramente, inclui o Brasil. Para as grandes corporações internacionais de bens de consumo, reagir às mudanças provocadas pelo avanço dos países emergentes não é propriamente uma opção. É uma necessidade. A atual fragilidade da economia americana torna a situação ainda mais incômoda para as corporações sediadas nos Estados Unidos. De líderes históricas, muitas dessas empresas passaram a alvo de aquisição de emergentes. O exemplo mais contundente do declínio da hegemonia americana é a recém-concluída compra da cervejaria Anheuser-Busch pela InBev, engendrada pelo trio de empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O poder emergente
Algumas das principais mudanças que Indra Nooyi está fazendo...
Aposta em produtos locais
Reforçou a estratégia de criação de marcas locais e a troca de experiências entre os 200 países em que atua. Um exemplo disso é o refrigerante com menos gás H2OH!, criado por um brasileiro em 2006 e que agora está presente em 15 países — entre os quais Irlanda e Vietnã
Compras em emergentes
Em 2007, investiu 1,7 bilhão de dólares em aquisições, sobretudo em países emergentes, como da marca de salgadinhos Lucky, no Brasil, e da fabricante de sucos Lebedyansky, na Rússia. As vendas da Pepsico fora dos Estados Unidos cresceram 25% no ano passado — ante um aumento de cerca de 5% no mercado americano
Mais países ajudam a decidir
Ampliou de 10 para 29 o número de profi ssionais de seu comitê executivo. Entre os novos integrantes estão representantes de regiões como Ásia e América Latina. Eles agora discutem o rumo estratégico de toda a companhia. Em setembro, pela primeira vez na história da Pepsico, uma reunião do comitê acontecerá fora dos Estados Unidos, na Índia
...e como seu esforço de expansão global aumentou a participação dos negócios internacionais nos resultados financeiros da Pepsico
Devido ao perigo iminente, outras grandes multinacionais, além da Pepsico, começam a se reinventar, tentando entender para onde vai o mercado. É o caso da anglo-holandesa Unilever, com vendas de 59 bilhões de dólares em 2007. Nenhum dos três favoritos para suceder o atual presidente mundial da companhia, o francês Patrick Cescau, é europeu. O mais cotado é o indiano Manvinder Singh Banga, atual diretor da unidade de produtos de limpeza nos Estados Unidos. Os outros candidatos são o indiano Harish Manwani, responsável pelas operações da Unilever na Índia, e Doug Baillie, presidente para a Europa Ocidental. Nascido no Zimbábue, Baillie foi o presidente da operação indiana de 2006 até o início deste ano. A consultoria de contratação de altos executivos Egon Zehnder deverá definir o nome do sucessor no ano que vem. Todos os candidatos apontados recentemente numa reportagem do Wall Street Journal têm em comum algo valioso para os resultados financeiros da Unilever: a experiência em mercados emergentes. Em países como Índia e China, os gastos com bens de consumo estão crescendo rapidamente e neles a concorrente Procter & Gamble ainda não é tão forte como nos Estados Unidos. Como que simbolizando o fim de uma era, desde o início deste ano não há nenhum inglês ou holandês no comitê executivo da Unilever.
Eles também estão olhando para fora
Como algumas das mais tradicionais empresas americanas estão adaptando sua própria organização ao mercado global
Jeff ImmeltPresidente mundial da General Electric
A companhia centenária vive um momento histórico. Pela primeira vez, mais da metade das vendas de 172 bilhões de dólares em 2007 veio de fora de seu país de origem. Na última década, a GE abriu seus primeiros três centros de pesquisa fora dos Estados Unidos — na Índia, na China e na Alemanha. Recentemente, iniciou estudos para replicar o reverenciado centro de treinamento de Crotonville em países como a China
A busca por executivos com experiência internacional, aliás, está se tornando obsessão. Em 2003, 26% dos presidentes das 500 maiores empresas americanas tinham experiência internacional. Hoje, 34% já passaram por algum país além de seu próprio de origem. “Os critérios para a escolha de lideranças mudaram dramaticamente na última década”, diz Elisabeth Marx, sócia do escritório londrino da empresa de contratação de altos executivos Heidrick & Struggles. “Hoje não há substituto para a experiência global.” Segundo pesquisa da consultoria McKinsey no início deste ano, há uma correlação direta entre melhores resultados financeiros e o incentivo ao intercâmbio global de lideranças. A pesquisa considerou 22 das mais conhecidas multinacionais do mundo e entrevistou 450 executivos, entre presidentes e diretores de diversas áreas. O resultado indica que as empresas mais hábeis na gestão global de seus talentos, e que adotam medidas como incentivar os profissionais a ter experiências em diversos países, estão em geral no terço da amostra com melhor resultado financeiro (veja quadro abaixo).
Sam PalmisanoPresidente mundial da IBM
Ao longo dos últimos cinco anos, a companhia modifi cou sua estrutura de negócios pelo mundo. Hoje, a IBM possui três centros de compras para todas as suas operações mundiais — uma delas na China. A empresa também criou quatro grandes centros de prestação mundial de serviços em países como Índia e Brasil. Em 2007, 63% das vendas de 100 bilhões de dólares da IBM vieram de fora dos Estados Unidos
A preocupação em aumentar a diversidade dos profissionais, em alguns casos, se estende aos conselhos de administração. A centenária ADM, por exemplo, contratou os primeiros conselheiros não-americanos há cerca de dois anos. Um deles é o brasileiro Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano Papel e Celulose. A lógica é incorporar visões de mundo diferentes ao definir o próprio futuro nos vários mercados em que a companhia faz negócios. As reuniões do conselho historicamente sempre ocorreram nos Estados Unidos. Em fevereiro de 2007, essa tradição se quebrou. A primeira das cerca de cinco reuniões de conselho que a empresa promove todos os anos foi em São Paulo — o grupo visitou ainda os estados de Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Metade dos conselheiros nunca havia estado no país, embora o Brasil seja hoje o principal alvo de novos negócios da ADM. Outras empresas, como a também centenária GE, buscam conhecimento em países emergentes em vez de apenas enviar a experiência acumulada da matriz. Na última década, a companhia abriu seus primeiros três centros de pesquisa fora dos Estados Unidos — na Índia, na China e na Alemanha. Atualmente, existem estudos para replicar o reverenciado centro de treinamento em Crotonville em países como a China. A GE vive hoje um momento histórico. Pela primeira vez, mais da metade das vendas de 172 bilhões de dólares em 2007 veio de fora dos Estados Unidos.
Patricia WoertzPresidente mundial da ADM
A ADM, líder na produção de etanol nos Estados Unidos, contratou pela primeira vez, há dois anos, conselheiros estrangeiros — como o brasileiro Antonio Maciel Neto. A gigante também mudou a rotina de encontros do conselho, tradicionalmente realizados em seu país de origem. Em fevereiro de 2007, a companhia decidiu reunir os conselheiros no Brasil — um de seus principais alvos para novos negócios
Uma das definições mais eloqüentes do que representa a nova empresa global é de Sam Palmisano, presidente mundial da IBM. Há pouco mais de um ano, ele decretou o fim das multinacionais e o início de um novo padrão de empresas globais num artigo publicado no influente jornal inglês Financial Times. Segundo Palmisano, as primeiras multinacionais nasceram no século 19, quando as empresas começaram a montar escritórios de venda em outros países. Mais tarde, essas companhias criaram uma espécie de miniatura de suas matrizes em cada país. Para Palmisano, o momento atual exige a realocação das etapas de negócios onde elas são realizadas de modo mais eficiente, sem considerar fronteiras geográficas. Hoje, a IBM possui três centros de compras para todas as suas operações mundiais — e não mais uma por país. A empresa também criou quatro grandes centros de prestação mundial de serviços em países como Índia e Brasil. Em junho de 2006, numa atitude simbólica, Palmisano realizou sua primeira reunião anual com investidores fora dos Estados Unidos, no Palácio Bangalore, uma casa de eventos que pretende ser uma réplica do Castelo de Windsor, numa região conhecida como o Vale do Silício indiano. Seu objetivo era impressionar cerca de 50 investidores e analistas de Wall Street. A reunião teve direito até à recepção de uma estrela de Bollywood vestida num sari vermelho. “A companhia globalmente integrada é melhor e mais rentável — e pode trazer benefícios econômicos tanto para os países desenvolvidos como para os emergentes”, escreveu Palmisano.
Líderes cada vez mais globais
O percentual de presidentes de empresas das 500 maiores companhias americanas com experiência internacional aumentou nos últimos cinco anos
26% em 2003
34% em 2008
Levantamento recente realizado pela consultoria McKinsey com 450 executivos de grandes empresas americanas mostra que as mais bem-sucedidas possuem uma estratégia global mais consistente
Os principais executivos encorajam as pessoas a ter experiência em vários negócios e países da organização
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os melhores resultados financeiros 79%
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os piores resultados financeiros 57%
Experiência internacional é pré-requisito para promoção a níveis mais altos na organização
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os melhores resultados financeiros 45%
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os piores resultados financeiros 25%
Os executivos são incentivados a “ceder” seus melhores talentos a outras divisões de negócios em outros países
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os melhores resultados financeiros 45%
Empresas que seguem a prática no terço da amostra que apresentou os piores resultados financeiros 25%
Fontes: Spencer Stuart e McKinsey
No caso de Indra, acelerar a expansão global da Pepsico é parte de um compromisso assumido em meados dos anos 90. Na época, ela havia sido contratada como diretora da área de fusões e aquisições pelo então presidente da companhia, Roger Enrico, após uma carreira em empresas como Motorola, ABB e a consultoria Boston Consulting Group. Enrico pediu a Indra que elaborasse a estratégia do que deveria ser a corporação do século 21. Naquela fase, a Pepsico perdia de maneira retumbante a corrida global para a Coca-Cola. Enquanto cerca de 30% das vendas da Pepsi vinham de outros países, mais de 70% das vendas da concorrente vinham de fora dos Estados Unidos. Em razão da crescente rejeição a refrigerantes e frituras no mundo todo, a primeira decisão de Indra foi mudar o portfólio da companhia. A executiva vendeu a divisão de restaurantes, com marcas como Pizza Hut, Taco Bell e KFC. Na seqüência, comprou por 14 bilhões de dólares a Quaker (dona das marcas Toddy e Gatorade) e por 3,3 bilhões a fabricante de sucos Tropicana. “Fiquei dias sem ir para casa. Tomava banho na academia da empresa e dormia no escritório”, diz ela, confessando seu lado workaholic.
Recentemente, a Pepsico passou a adquirir empresas fora dos Estados Unidos. Só no ano passado, investiu 1,7 bilhão de dólares em aquisições. Boa parte desse volume foi dedicada a mercados emergentes, como a compra da maior fabricante de sucos da Rússia, a Lebedyansky, e a fabricante de salgadinhos brasileira Lucky, dona das marcas Torcida e Fofura. “Já estamos com pelo menos mais quatro negócios sendo analisados no país e um deles deve ser fechado ainda neste ano”, diz o paulista Otto von Sothen, presidente da divisão de alimentos da Pepsico no Brasil. “A Pepsico tem se mostrado uma eficiente compradora de negócios ao redor do mundo, o que está transformando seu negócio global e fazendo com que suas vendas aumentem com consistência”, diz o analista especializado em bens de consumo Marc Greenberg, da filial do Deutsche Bank em Nova York.
Dentro da definição da corporação do século 21 criada por Indra, existe cada vez mais autonomia tanto para comprar como para lançar produtos localmente. Seu objetivo é fazer com que essas iniciativas locais sejam partilhadas com o resto do mundo — algo que Indra batizou de autonomia conectada. Agora não apenas as subsidiárias se curvam diante da matriz todo-poderosa, mas o contrário também começa a acontecer. Na nova lógica da Pepsico, as experiências de uma fabricante como a brasileira Lucky pode se revelar atraente também para a própria matriz — ou pelo menos seu modelo de negócios pode ser replicado em outras partes do mundo. No começo deste ano, um grupo de americanos esteve no Brasil para conhecer a peculiar estrutura comercial e logística da Lucky — na qual não existe um único vendedor. Em vez de uma força de vendas, a empresa possui apenas um sistema de recebimento de pedidos por e-mail ou telefone, localizado em sua sede, em São Paulo. Sem os altos investimentos para colocar uma equipe comercial na rua, a Lucky consegue manter preços baixos para os clientes — o que garante a fidelidade. “Estamos estudando profundamente esse modelo para avaliar a possibilidade de replicá-lo em outros países”, diz o americano John Compton, diretor da divisão de alimentos para as Américas.
A nova ordem da globalização da Pepsico já fez com que uma marca lançada no Brasil no final de 2006 — a H2OH! — hoje esteja à venda em 15 países, como Irlanda e Vietnã. O carioca Carlos Ricardo, de 45 anos, coordenou o lançamento do produto desde sua concepção enquanto estava à frente da diretoria de marketing da empresa na matriz, em Nova York. Hoje, a marca lidera uma nova categoria de produtos inaugurada por ela mesma — a de bebidas doces com menos gás. A Coca-Cola logo lançou a Aquarius para fazer frente ao lançamento da concorrente. “Viramos referência para outros lugares do mundo”, diz Vasco Luce, presidente da divisão de bebidas da Pepsico no Brasil. Hoje, como vice-presidente de marketing da área de alimentos da Pepsico no Brasil, Carlos Ricardo criou um salgadinho à base de legumes brasileiros, como inhame e mandioca, com a marca Raízes do Brasil. É uma tentativa de fazer crescer as vendas no país com marcas locais, já que a global Lays, de batata frita, não decolou por aqui. (Por causa de um incêndio na fábrica de Curitiba em dezembro, a produção da linha Raízes do Brasil foi interrompida e só deve ser retomada no final deste ano.)
A nova empresa global de Indra está longe de ser uma obra acabada. Neste ano, para ampliar o fluxo de informação e conhecimento das subsidiárias para a matriz, ela aumentou o número de profissionais de seu comitê executivo de dez para 29. “A única razão para isso é elevar a qualidade da discussão”, diz ela. Um dos novos integrantes é o suíço Olivier Weber, diretor da Pepsico para a América Latina e ex-presidente da operação brasileira. O grupo já se encontrou duas vezes neste ano em Nova York. O terceiro encontro, agendado para setembro, será pela primeira vez fora dos Estados Unidos. O local escolhido foi Nova Délhi, na Índia. “Além da reunião, teremos uma agenda de visitas a varejistas e fábricas locais”, diz Weber. Ao escolher Nova Délhi, Indra quis mandar uma mensagem enfática a seu pessoal: a fórmula que deu certo no passado não funcionará mais daqui para a frente. “Ainda hoje, quando boa parte dos executivos que fizeram carreira em países estáveis fala em mercados globais, está se referindo a Paris, Genebra e Londres”, diz ela. “É preciso mudar rapidamente essa visão para realmente construir uma empresa global.”
Matéria da Revista Exame de 07/08/2008.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Alguns conceitos para início de conversa!

Para podermos entender claramente o conteúdo deste blog, faz-se necessário, que esclareçamos alguns conceitos que serão largamente discutidos e citados nas atualizações que estão por vir. Então, vamos lá!
Globalização: esta palavra está na mídia quase que diariamente, mas o que de fato quer dizer? Não são todos, infelizmente, que sabem o real significado da palavra globalização. A globalização é um fenômeno capitalista que promove a integração econômica, cultural, política e social entres os países, que acontece desde a época do descobrimento, mas somente ganhou força no final do séc. XX e início do séc. XXI, quando os custos com transportes e telecomunicações, sofreram forte redução. Este fenômeno é gerado pela necessidade de criação de aberturas das chamadas aldeias globais, permitindo assim que os mercados internos já saturados dos países desenvolvidos possam continuar a se expandir.
Entendido esse conceito, passemos a outro. O que viriam a ser as Cidades Globais? São aquelas que possuem algum tipo de influência política, social, econômica ou cultural a nível mundial. Para serem definidas como tal, devem atender a alguns critérios pré-estabelecidos pela Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC), que são:


- Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França
- Influência e ativa participação em eventos internacionais.
- Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários milhões de habitantes.
- Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias linhas aéreas internacionais.
- Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas, rodovias e transporte público.
- Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais.
- Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial.
- Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte.
- Infra-estrutura avançada de comunicações.
- Presença de grandes instituições de artes como museus.
- Grande influencia econômica no mundo.


De acordo com esses pontos, as Cidades Globais podem ser divididas em três grupos, Alfa, Beta e Gama e, estes por sua vez se subdividem de acordo com a quantidade de pontos de cada uma em outros 3 grupos. Esta classificação destaca as cidades de Tóquio, Paris, Londres e Nova Iorque como as mais globalizadas do mundo. O Brasil aparece no grupo Beta, com a cidade de São Paulo.
Esclarecidos os pontos acima, podemos começar nossas discussões acerca de como se deve administrar uma organização neste mundo altamente globalizado, visando alcançar cada vez mais outras fatias do mercado ainda não exploradas.